Mainstream e Underground? Vamos tentar entender o que significa?
Quando se fala em cultura underground estamos falando de uma “fonte geradora” de quase qualquer coisa que acaba se popularizando. Porém, quando esse processo se inicia, ele vai distorcendo o que realmente foi lançado inicialmente, e seguindo essa linha de raciocínio, esse novo saber chega superficial e distorcido da ideia inicial ao público.
No final dos anos 80, por exemplo, quando o mundo vivia um momento “apocalíptico” com medo da Aids, com o uso exagerado da heroína, a música gótica em alta, a música house surge como um gênero do que é Underground. Na prática, é classificada dessa forma porque é uma oposição do que é considerado estética naquela momento.
A música house entra no mundo musical como uma alternativa para um público que se tornava cada vez mais diversificado e tinha mais intimidade com o rock e menos preconceito, em geral.
Porém, aconteceu com o estilo house o que acontece com qualquer fenômeno chamado de contracultural. Ela vai chegando até um número tão grande pessoas que vai perdendo a sua originalidade inicial e vai tomando um outro caráter. Aliás, dizem os estudiosos, é exatamente por isso, que vemos hoje as gerações que com facilidade, descartam uma parte da cultura que antecedeu aquele momento.
Se temos que falar de um ponto inicial em que a juventude se tornou underground, podemos pontuar os anos de 1960. Porém, esse termo, não vem sendo muito usado, pode ser exatamente pela linha de raciocínio que ele nos faz pensar, mais popular menos original.
O que não fez com que underground seja definido como algo que gera um comportamento exagerado e que podemos dizer que foi consolidado pela música eletrônica, que entrou em cena com o Acide House. Porém, esse estilo foi muito bem recebido, mas depois do seu auge deixou-se engolir pelo Main.stream.
Voltando no tempo, 15 anos atrás, por exemplo, não dava para imaginar pessoas dançando por horas, o que se vê hoje em dia, em festas pensadas exatamente para isso. Isso porque são ideias que partem da cultura vivida hoje em dia, que podemos chamar de Mainstream.
Veja o que é Mainstream e Entenda Melhor a Diferença Entre Underground
O termo mainstream é usado para designar várias coisas, entre elas, a literatura e a música. Normalmente, pensamentos ligados às artes. É uma palavra em inglês e pode definir:
- Alguma coisa que é considerada usual e comum.
- Alguma coisa que é conhecida das massas.
- Alguma coisa acessível ao público em geral.
- Alguma coisa que tem um forte apelo comercial.
Em resumo, para que fique mais fácil a compreensão, qualquer coisa que seja relacionada a cultura popular e seja divulgada através dos meios de comunicação de massa pode ser chamada de mainstream. Em sentindo pejorativo, é usado para falar de coisas que estão na moda. E Underground é exatamente o contrário, o que está longe do alcance do grande público e é acessível para um público restrito.
Mídia de Massa e Mainstream
A mídia de massa tem tudo a ver com o mainstream já que é ela uma das responsáveis por popularizar alguma coisa. Publicações impressas, revistas populares, televisão, rádios e jornais, a mídia de massa se posiciona ao contrário dos jornais alternativos, das revistas especializadas (voltadas para determinado público), jornais semanais, as publicações independentes, entre outros.
Na literatura, o mainstream é usado principalmente na crítica literária e faz referência a mimética ficção realista, que é o oposto da ficção, de romances, etc.
Já na música, se é falado que um estilo ou uma canção é mainstream significa que é uma conhecida das massas, que é familiar e não fazendo referência somente ao ritmo, mas também ao conteúdo das letras. Para ficar mais fácil, veja os estilos que podemos chamar de mainstream: música pop, a músical popular em geral, o soft rock, o rap, o urban contemporary.
Na música, o mainstream também pode ser encarado como uma mistura de estilos e que se adapta ao público e começa a fazer sucesso tanto na mídia de massa quanto em grandes festivais, tornando-se muito comerciais e completamente aceitáveis. É dito, por exemplo, que o jazz mainstream é um evolução do bebop, que quando surgiu era dito como “radical”.
Sobre o Underground: Definição e Muito Mais
Se você for procurar num dicionário urbano qual a definição de Underground em relação a música, entenderá que se trata de um estilo que faz parte somente de um seleto grupo, considerado uma elite intelectual e capaz de apreciar um som mais complexo.
E essa diferença do mainstream já foi considerado por alguns como uma “batalha”, bem fácil de entender no livro “O Triunfo da Música” do escritor Tim Blanning. Neste trabalho, dá para perceber que essa batalha entre Mainstream e Underground cresce de acordco com o aumento do consumo de música.
Um exemplo, seria o compositor austríaco Haydn, que tinha uma relação estreita com uma família da Áustria, sendo quase praticamente ela todo o seu público e uma vez ou outra era “emprestado” para outro lugar. Para o compositor era bom ter esse público tão pequeno e restrito, pelas regalias que isso representava para ele.
Digamos que Underground é elitista e é isso que faz surgir os questionamentos entre ambos os modos de usufruir e querer que um estilo musical, neste caso, seja encarado pela população.
E as divergências entre Mainstream e Underground não param, até mesmo em lugares que servem de palco, como a casa europeia de apresentações musicais, a Opera Garnier, em Paris. Ela tem um amplo espaço para um grande público e também, um pequeno para “louvar” as canções de Richard Wagner em festivais que acontecem uma vez por ano.
O avanço tecnológico fez com que a divergência entre Mainstream e Underground são aumentasse. Isso porque qualquer inovação no modo de democratizar a música acaba gerando um grito de descontentamento de quem clama por exclusividade.
Em linhas gerais e de forma bem simples podemos dizer que enquanto o mainstream é voltado a tudo aquilo que é popular e se difunde mito rápido, underground é aquilo que ainda fica restrito a um grupo pequeno de pessoas.